Falando de Amor

Ah…o amor! Sempre tão procurado e tão pouco reconhecido.

O conceito de amor, embora generalizado, ainda contém muita subjetividade, ou seja, cada um ama de um jeito próprio, do jeito que sabe, do jeito que pode. Construímos, ainda quando bebês, uma importante relação de apego com nossos cuidadores. A alta qualidade desse vínculo será responsável pelo desenvolvimento de um sentimento de segurança diante do mundo; e influenciará nossa percepção da realidade e, consequentemente, nosso comportamento consciente e inconsciente. Portanto, se o cuidado transcorreu de forma positiva, crescemos seguros e confiantes, com boa autonomia e autoestima, sendo capazes de amar e de sermos amados. Caso contrário, as experiências de desamparo resultam na incapacidade de relacionar-se com o outro de forma satisfatória. É possível que não se criem mais vínculos afetivos com alguém, ou que se criem relacionamentos dependentes, tóxicos e controladores.

É certo que nos construímos por meio desses relacionamentos iniciais e também do contínuo olhar do outro. Porém, a necessidade constante desse reconhecimento e valor vindo de fora nos leva a acreditar que somente o amor de alguém nos preencherá e validará. Assim, misturamos vários sentimentos, emoções, ilusões e chamamos tudo de amor. Não que tais elementos não possam ser uma forma de amar, mas vamos tentar entender o que é o sentimento de amor genuíno:

O amor é um elo que se desenvolve de forma saudável entre as pessoas, é estar um no coração do outro; é sentir-se perto mesmo na distância; é querer o bem; é cuidar, e é se doar ao outro independentemente de retribuições, trocas ou gratidões. É deixar o outro ser: ser livre, ser independente, ser realizado e, principalmente, ser diferente de nós! É essa liberdade que propicia o desenvolvimento de cada um e ensina a amar cada vez mais. O amor nunca é aprisionar-se, nem gerar expectativas ou cobranças desproporcionais, nem se abandonar ou sacrificar sua vida pelo amor do outro. Isso são apenas perturbações psíquicas; portanto, até o amor necessita de limites. Não somos responsáveis pelas escolhas das pessoas que amamos, nem por sua felicidade, e vice-versa. Se for possível duas pessoas se ajudarem e compartilharem de uma felicidade juntos, ótimo! Caso contrário, cabe a cada um buscar seu próprio caminho.

Somos responsáveis por nós mesmos e nosso primeiro amor deve ser o próprio. Por meio dele, é possível desenvolver uma relação de carinho, respeito, compreensão e acolhimento com nós mesmos. Aceitamos nossa realidade, cuidamos de nossos sonhos, carências e limites para que o outro não tenha que fazê-lo. Toda relação de amor é uma nova oportunidade de aprendizado, de transformação e de ressignificação de vínculos não satisfatórios. Assim, crescemos, amadurecemos e nos capacitamos não só a amar, mas também a sermos amados, de forma espontânea, genuína, leve e colorida.

Celi Helena Passos
Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta Junguiana.
Especialista em Psicossomática.
E-mail: celihelena@hotmail.com

Celi Helena

Graduada em Psicologia, Especialista em Psicoterapia Junguiana, Psicossomática e Psicogerontologia. Atua na área clínica com psicoterapia, técnicas corporais de relaxamento, orientação vocacional e de carreira, programas pré e pós-aposentadoria. Participa de palestras/workshops sobre envelhecimento e preparo para a aposentadoria. CRP: 06/104040.
Celi Helena

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